DIA MUNDIAL DE COMBATE À AIDS: PREVENÇÃO É A SOLUÇÃO
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DIA MUNDIAL DE COMBATE À AIDS: PREVENÇÃO É A SOLUÇÃO

Atualizado: 3 de dez. de 2020




Por: Prof. MSc. Francisco Correia Junior, Consultor da HEALS Educação



Hoje, 01 de dezembro, é o Dia Mundial de Combate à AIDS. Uma pandemia da qual temos esquecido de falar e dar a importância necessária (talvez porque vivemos outra pandemia – Covid-19 – que tem devastado vidas e economias mundiais), mas que conta até o momento mais de 33 milhões de mortes no mundo e, segundo estimativas, infecta 38 milhões de pessoas.(1)


Não há cura para a infecção pelo HIV, embora os medicamentos tenham conseguido controlar a progressão da doença nos infectados, tornando-a quase uma “doença crônica”. No entanto, mesmo com a redução global de casos e mortes ao longo das duas últimas décadas, algumas populações no mundo, onde não se dispõe acompanhamento e de tratamentos gratuitos, ainda sofrem com muitas vidas perdidas. Além disso, observamos em alguns países – Brasil, inclusive – aumento de casos entre jovens e idosos.


Quero destacar aqui um trabalho recente de conclusão de curso, que aborda a Infecção pelo HIV e a PrEP – Profilaxia Pré-Exposição. Trata-se de uma revisão bibliográfica muito bem construída, com bases como a OMS, OPAS, Ministério da Saúde, CDC, UNAIDS, entre outros autores respeitados no assunto.


Recentemente, tive o prazer de ser orientador deste grupo de jovens (quase) profissionais e compartilho algumas de suas constatações e conclusões. Especialmente porque, com ou sem Covid-19, o HIV está presente em nossa sociedade e as formas de prevenção devem ser lembradas e estimuladas, sempre, por todos nós que atuamos na saúde.


A seguir, trechos do TCC (2), destacando a Profilaxia Pré-exposição ao HIV (PrEP):


“A prevenção combinada ao HIV é uma estratégia que dispõe de diferentes abordagens de prevenção (comportamental, estrutural e biomédica) aplicadas em múltiplos níveis (individualmente, nas parcerias/relacionamentos, comunitário e social) para responder as necessidades específicas de certos grupos de pessoas e de determinados modos de transmissão ao HIV.


As intervenções comportamentais estão envolvidas com o aumento de informações que circulam e com noção do risco de exposição ao HIV para que ocorra redução do número de casos, mediante incentivos e alterações no comportamento individual e coletivo. Ações que podem ser citadas como exemplos são: encorajamento ao uso de preservativos, aconselhamento sobre ISTs no geral, adesão a intervenções biomédicas e campanhas de prevenção.


As intervenções estruturais têm como objetivo confrontar condições e fatores socioculturais que possuem influência na condição de vulnerabilidade de pessoas e grupos sociais específicos ao HIV, em razão ao preconceito, discriminação ou qualquer outro fator que afete os direitos e garantias fundamentais à dignidade humana. São exemplos de ações: combate ao racismo, a LGBTfobia, ao sexismo e entre outros preconceitos, divulgação e defesa dos direitos humanos, campanhas de conscientização, marcos e ações que impactem em grupos sociais de risco.


As intervenções biomédicas são estratégias ou ações que reduzem o risco de exposição pela interação do vírus com a pessoa vulnerável à infecção. São divididas basicamente em intervenções biomédicas clássicas, que são métodos de barreira material, como os preservativos, e intervenções biomédicas baseadas no uso dos ARV, como por exemplo: Tratamento para Todas as Pessoas – TTP; Profilaxia Pré-Exposição – PrEP; e a Profilaxia Pós-Exposição – PEP.


A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV é um método de prevenção à infecção pelo HIV-1. A PrEP consiste no uso oral diário de um comprimido, combinação de antirretrovirais (ARV) em um indivíduo soronegativo. O medicamento, denominado TRUVADA, consiste na combinação de dois fármacos: o tenofovir (TDF) e entricitabina (FTC), ambos inibidores da transcriptase reversa. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a disponibilizar a PrEP através do Sistema Único de Saúde (SUS) no final de 2017, em 10 estados e o Distrito Federal, com o objetivo de reduzir a transmissão do HIV e contribuir para o alcance das metas de erradicação da epidemia.”


Você sabe em que condições ou em quais populações-chave devem ser usadas o TRUVADA®?

De acordo com o Ministério da Saúde, esse método de prevenção é indicado para pessoas que tenham maior chance de entrar em contato com o HIV, ou seja, as seguintes populações-chave: Gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH); Pessoas transexuais; Trabalhadores do sexo; Usuários de drogas injetáveis (UDI).


O grupo realizou uma pesquisa anônima, remota, para verificar o quanto a população conhece a PrEP.


“... nota-se que indivíduos de 18 a 30 anos foram os que mais conheciam a profilaxia, enquanto aqueles com mais de 50 anos eram os que menos conheciam. Em um cenário onde a quantidade de pessoas idosas com HIV vem aumentando, é de extrema importância garantir que informações relacionadas a ISTs cheguem até elas. “


E, por fim, faz constatações: “... foi possível analisar e constatar a importância e necessidade de tratar assuntos como a prevenção de ISTs, mais especificamente, do HIV. A utilização da PrEP como método preventivo se provou eficaz quando utilizada de maneira correta e com devida orientação...”


Diante disso, devemos assumir nosso papel de profissionais de saúde, quer trabalhemos ou não diretamente com pacientes em risco para HIV/AIDS, na propagação de informações corretas, exercendo educação em saúde.


HEALS Educação, mantendo você sempre bem informado!




Para mais informações acesse:


(1) https://www.paho.org/pt/topicos/hivaids

(2) SILVA, DG., COELHO, KCS., MONTEIRO, LG., OLIVEIRA, LF, SILVA, MBB. PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO AO HIV (PrEP) COMO MÉTODO PREVENTIVO NO BRASIL E NO MUNDO. 2020. 43 f. Trabalho De Conclusão De Curso (Educação Profissionalizante). Fundação Instituto De Educação De Barueri. Barueri, 2020.

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