Os receptores beta2-adrenérgicos nas células de gordura marrom são responsáveis por estimular a termogênese.
Uma equipe de pesquisa internacional descobriu como ativar a gordura marrom em humanos, o que pode levar a novos tratamentos para diabetes tipo 2 e obesidade. Os resultados da colaboração entre o Centre de Recherche du Centre Hospitalier Universitaire de Sherbrooke (CRCHUS) e o Centro da Fundação Novo Nordisk para Pesquisa Metabólica Básica (CBMR) da Universidade de Copenhagen foram publicados na Cell Metabolism.
A gordura marrom é responsável pelo processo chamado termogênese - depois de ser ativada por temperatura fria ou sinais químicos. Os seres humanos têm pequenos depósitos de gordura marrom, e os cientistas há muito levantam a hipótese de que encontrar formas alternativas de ativar farmacologicamente a gordura pode ajudar a melhorar o metabolismo.
Os cientistas descobriram agora que os receptores beta2-adrenérgicos (b2-AR) nas células de gordura marrom são responsáveis por estimular a termogênese. De acordo com o Dr. Denis Blondin, da CRCHUS, a descoberta poderia explicar por que a maioria dos ensaios clínicos, que tentaram induzir gordura marrom a queimar energia, tiveram um desempenho ruim.
“Mostramos que talvez estivéssemos mirando no alvo errado o tempo todo. Em contraste com os roedores, a gordura marrom em humanos é ativada por meio da estimulação do receptor beta2-adrenérgico, o mesmo receptor responsável pela liberação de gordura de nosso tecido adiposo branco. ”
De acordo com a professora associada Camilla Schéele do CBMR, essa descoberta tem claras aplicações terapêuticas. “A ativação da gordura marrom queima calorias, melhora a sensibilidade à insulina e até afeta a regulação do apetite. Nossos dados revelam uma chave até então desconhecida para desbloquear essas funções em humanos, o que seria potencialmente de grande ganho para pessoas que vivem com obesidade ou diabetes tipo 2”.
Uma segunda fase de pesquisa começará no outono, que tentará validar a descoberta ativando a gordura marrom com drogas que têm como alvo o b2-AR, explica o professor André Carpentier da CRCHUS:
“Nosso próximo passo será usar um medicamento que ative especificamente esse alvo na gordura marrom e determine o quanto ele pode ser útil para queimar gordura e calorias em humanos. Uma vez feito isso, estudos em pacientes com diabetes tipo 2 começarão a determinar se esta abordagem pode ser útil para melhorar o controle metabólico da doença.”
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Texto original disponível em https://neurosciencenews-com.cdn.ampproject.org/c/s/neurosciencenews.com/brown-fat-burning-16774/amp/