VACINAS CONTRA COVID-19: CIÊNCIA E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA VIDA
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VACINAS CONTRA COVID-19: CIÊNCIA E TECNOLOGIA A SERVIÇO DA VIDA

Atualizado: 21 de fev. de 2021




Uma das maiores entidades científicas do mundo, a Infectious Disease Society of America – IDSA, disponibiliza em sua página um material técnico informativo muito rico sobre as vacinas contra Covid-19, que utilizam as tecnologias mais modernas.

A página, que poderá ser traduzida com auxílio do recurso google tradutor ou outro equivalente, pode ser acessada pelo link https://www.idsociety.org/covid-19-real-time-learning-network/vaccines/vaccines-information--faq/#MM


📍Apresentamos um resumo de pontos importantes discutidos pela publicação e recomendamos que acompanhem publicações de instituições de ensino e pesquisa comprometidos com a seriedade da ciência.


1 - VACINA DE mRNA (Pfizer/BioNTech; Moderna)

As vacinas de mRNA usam mRNA criado em laboratório e encapsulado em nanopartículas. A tradução do mRNA resulta no desenvolvimento de um antígeno de proteína que desencadeia uma resposta imune (Schlake, 2012) As vacinas de mRNA entregam mRNA diretamente ao citoplasma, onde é transcrito pelos ribossomos. O mRNA não entra no núcleo e, portanto, não pode ser incorporado ao genoma. Sua presença na célula é transitória, sendo rapidamente metabolizada e eliminada por meio de mecanismos de processamento celular (Walsh, 2020).

Logo após o surgimento da pandemia COVID-19, a Pfizer e a BioNTech começaram a desenvolver uma vacina de mRNA contra a SARS-CoV-2, assim como a Moderna - esta última em parceria com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas.

• A vacina Pfizer-BioNTech, BNT162b2, usa mRNA para criar o domínio de ligação ao receptor da proteína spike do SARS-CoV-2 (Mulligan, 2020). A proteína spike é o que o SARS-CoV-2 usa para se ligar às células hospedeiras e entrar nelas.

• A vacina Moderna, mRNA-1273, usa mRNA para criar a proteína spike SARS-CoV-2 estabilizada em sua conformação de pré-fusão (Jackson, 2020).

Ambas as vacinas fazem parte da Operação Warp Speed, que permitiu um rápido investimento nas vacinas e seus testes. Estudos com essas vacinas mostraram que são altamente eficazes na prevenção de COVID-19 sintomático e seguras após vários meses de acompanhamento.


2 – VACINA VETORIZADA (AstraZeneca/Universidade de Oxford)

As vacinas vetorizadas utilizam organismos não patogênicos ou plasmídeos - o vetor (Vrba, 2020). Genes de um patógeno - na maioria das vezes proteínas que codificam antígenos específicos - são inseridos no genoma do vetor. A vacina distribui o vetor, que infecta as células hospedeiras e depois viaja para o núcleo; ali os genes do patógeno são expressos, resultando na criação do antígeno. O antígeno é então expresso na superfície da célula hospedeira, resultando na indução de uma resposta imune. Esta é uma resposta celular (células T) e humoral (células 😎.

Logo que surgiu a pandemia de COVID-19, a AstraZeneca e da Universidade de Oxford estabeleceram parceria para desenvolver uma vacina em vetor viral (utilizando uma replicação deficiente de adenovírus de um chimpanzé, ChAdOx1 modificado). Ele contém um gene que codifica a proteína spike do SARS-CoV-2. Estudos têm demonstrado que é eficaz na prevenção de COVID-19 sintomático e seguro após vários meses de acompanhamento. 


3 – VACINAS DE mRNA ALTERAM O DNA HUMANO?

Para que o mRNA altere o DNA de alguém, vários eventos precisam ocorrer. Primeiro, o mRNA precisaria entrar no núcleo da célula, onde o DNA reside. No entanto, o mRNA não possui os sinais de acesso nuclear que permitiriam sua entrada. Simplificando, as vacinas de mRNA não podem entrar. Em segundo lugar, uma vez no núcleo, o mRNA teria que ser convertido em DNA. Isso exigiria uma enzima chamada transcriptase reversa, que as vacinas de mRNA não contêm. Terceiro, as vacinas de mRNA também não contêm uma enzima chamada integrase, que é necessária para permitir que o mRNA se insira no DNA.

Resumindo, as vacinas de mRNA carecem de todos os requisitos básicos necessários para alterar o DNA. Eles permanecem no citoplasma da célula por apenas alguns dias antes de serem destruídos. Outra coisa a lembrar: há mais de 200.000 mRNAs celulares/célula, que formam uma série de proteínas e enzimas. As vacinas de mRNA introduzem apenas algumas cópias de mRNA nas células.


4 – VACINAS ALTERAM O RNA HUMANO?

Não. O mRNA não altera a célula ou o corpo. É entregue ao citoplasma e traduzido pelos ribossomos, que então formam a proteína spike SARS-CoV-2. Isso estimula o corpo a gerar uma resposta imunológica ao SARS-CoV-2.


5 – EM QUANTO TEMPO OCORRE A IMUNIDADE?

Nosso conhecimento atual sobre quando as pessoas vacinadas podem esperar alcançar um alto nível de proteção contra o desenvolvimento de COVID-19 sintomática é derivado dos dados do ensaio clínico da vacina Moderna e Pfizer-BioNTech. Em uma análise secundária no estudo da Moderna, 95% de eficácia para a prevenção da COVID-19 sintomática foi observada 14 dias após o recebimento da segunda dose. No ensaio da Pfizer-BioNTech, 95% de eficácia para a prevenção da doença sintomática foi observada logo 7 dias após receber a segunda dose.


6 – SE AS MÁSCARAS REDUZEM A TRANSMISSÃO, POR QUE SE VACINAR?

A vacinação tem como objetivo principal prevenir doenças, fornecendo imunidade contra o vírus SARS-CoV-2, enquanto as máscaras têm como objetivo reduzir a transmissão, mas não fornecem imunidade. Porém, ainda não sabemos se a vacina impede um indivíduo de transportar o SARS-CoV-2 e transmiti-lo a outras pessoas, por isso ainda é importante o uso de máscara facial e distância física mesmo após a vacinação.


7 – EVENTOS ADVERSOS: SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ E MIELITE TRANVERSA

Não houve nenhum caso de síndrome de Guillain-Barre (GBS) relatado após a vacinação entre os participantes nos ensaios clínicos da vacina de mRNA até o momento. Indivíduos que já tiveram GBS podem receber uma vacina de mRNA. Não houve relatos de mielite transversa com a vacina de mRNA até o momento, porém houve um relato com vacina vetorizada (AstraZeneca).


8 – ALGUMA DOENÇA OU MEDICAMENTO PODE IMPEDIR A VACINA DE PRODUZIR IMUNIDADE?

De acordo com a Sociedade Americana de Hematologia e a Sociedade Americana para o transplante e terapia celular, as seguintes populações de doentes imunocomprometidos poderia ter resposta imunológica ou ausência de resposta às vacinas (esta lista não é exaustiva):

• Imunodeficiências primárias e secundárias envolvendo imunidade adaptativa;

• Esplenectomia ou asplenia funcional (por exemplo, doença falciforme); 

• Muitos regimes de quimioterapia; 

• Corticosteroides em altas doses (20 mg por dose ou> 2 mg/kg/ dia de prednisona diária ou equivalente);

• Transplante de células hematopoiéticas, especialmente nos primeiros 3-6 meses após o HCT autólogo e frequentemente mais tempo após o HCT alogênico.


Estar atento às informações de entidades científicas e órgãos governamentais sérios, além do conhecimento básico sobre imunologia e farmacoterapia, são condições essenciais para o profissional de saúde poder transmitir segurança ao paciente, garantindo que o processo de vacinação (não apenas para COVID-19) tenha sucesso.


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